Não é incomum pacientes procurando atendimento urológico devido a lesões de pele no pênis e região genital. O diagnóstico diferencial entre possíveis lesões por doenças sexualmente transmissíveis, doenças dermatológicas ou tumores malignos muitas vezes é desafiador ao urologista na prática rotineira no consultório. O diagnóstico começa sempre com uma entrevista clínica onde devem ser avaliadas doenças crônicas, uso de medicações, eventos recentes, mudanças de hábito, história do surgimento e evolução das lesões, entre outros, sendo seguido do exame físico. Características como coloração, limites, localização e tipos de lesões ajudam a definir hipóteses diagnósticas. Dentre os inúmeros diagnósticos possíveis temos o eritema multiforme, dermatite medicamentosa, psoríase, líquen plano, líquen nítido, pitiríase rósea, dermatite de contato, micose/candidíase, e eritrasma, tinea cruris, escabiose, angioqueratoma, linfangite, queratose, vitiligo, líquen escleroso, balanite xerótica, balanite de zoon, eritroplasia de Queyrat, e a lista segue.
Um diagnóstico muito comum no consultório urológico acaba sendo a balanopostite, que significa a inflamação da cabeça do pênis e prepúcio. A circuncisão na infância não é uma prática muito adotada no Brasil e por consequência a grande maioria dos brasileiros apresentarem excesso de prepúcio na vida adulta, o que associado a higiene inadequada, secagem ineficiente após lavagem, diabetes, obesidade, alterações da imunidade favorecem os episódios de inflamação local. Muitas vezes é necessário cobertura antifúngica no tratamento das balanopostites, mas outros diagnósticos não devem ser descartados de imediato, principalmente caso tenha dificuldade no tratamento ou recorrência frequente dos sintomas. Eventualmente poderá ser indicado a avaliação com dermatologista e a realização de biópsias para pesquisa diagnóstica.