Na doença de Peyronie ocorre a formação de uma placa com tecido cicatricial fibrótico na parte do pênis chamada corpo cavernoso. Os dois corpos cavernosos são as estruturas que “enchem de sangue” durante a ereção são responsáveis pela rigidez do pênis na ereção. A formação de uma placa de tecido rígido/fibrótico no corpo cavernoso leva a uma deformação e curvatura anormal do pênis na ereção, que em casos extremos pode passar de 90 graus. Muitas vezes a curvatura anormal do pênis vem associada a disfunção erétil (impotência). A doença de Peyronie pode acontecer em qualquer idade sendo mais típica entre os homens com mais de 50 anos.
A doença de Peyronie apresenta a fase aguda (ativa) que é caracterizada pelo crescimento da placa o que leva a dor principalmente durante a ereção e a piora da deformidade. Já na fase crônica ocorre a estabilização da placa onde já não se observa a dor na ereção e a progressão da tortuosidade. As queixas na fase crônica estão normalmente relacionadas a dificuldade de ereção, encurtamento do pênis, dificuldades na penetração, o que pode gerar problemas emocionais e de relacionamento.
O diagnóstico da doença de Peyronie é dado através da suspeita clínica, presença de placa palpável no pênis ao exame físico, tortuosidade do pênis em ereção, normalmente avaliado por registro fotográfico e exames de imagem como o ultrassom e ressonância do pênis podem ajudar em diferenciar um caso brando (onde seja difícil a definição da presença da placa cicatricial), da curvatura natural do pênis.
Não se sabe ao certo o motivo da formação da placa fibrótica, mas a teoria mais aceita seria de microtraumatismos repetitivos durante a relação sexual desencadeando uma reação cicatricial e formação da cicatriz. Um fator que está relacionado ao desenvolvimento de doença de Peyronie em pacientes diabéticos é a injeção de papaverina (vasodilatador) no pênis para tratamento da disfunção erétil.
O tratamento da doença de Peyronie na fase aguda é essencialmente clínico com o objetivo de tentar frear a evolução da doença, enquanto na fase crônica pode-se avaliar o tratamento cirúrgico com o objetivo de restabelecer a função sexual do paciente.