A função sexual desempenha um papel de grande importância tanto na questão reprodutiva, quanto na qualidade de vida dos pacientes. A incapacidade persistente de atingir e/ou manter uma rigidez peniana suficiente para o ato sexual satisfatório define a disfunção erétil e pode ocorrer em qualquer idade e com graus de severidade diferentes. No Brasil, quase a metade da população masculina com mais de 70 anos vai apresentar impotência moderada ou grave. Apesar de ser uma doença frequente, vários homens ainda têm dificuldade de conversar sobre o assunto ou procurar tratamento com profissionais capacitados. Muitos ainda se automedicam, procuram conselhos com amigos próximos e apostam em suplementos anunciados em meios de comunicação. A educação sexual média brasileira ainda é insuficiente, principalmente quando se trata das gerações mais antigas.
A impotência é uma doença que pode ser multifatorial sendo causada por uma série de transtornos. Aspectos psicogênicos como medo da falha, ansiedade em obter uma ereção com qualidade e satisfação plena da(o) parceira(o), transtornos de identidade sexual, abuso de pornografia, problemas de relacionamento. Doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, aterosclerose, arteriopatias secundárias a diabetes e outras síndromes. Uso de medicamentos e drogas como antidepressivos, medicamentos para tratamento de hipertensão, antipsicóticos, diuréticos, cocaína, álcool, fumo, maconha e outros. Doenças neurológicas como Parkinson, esclerose múltipla, AVC, lesões na medula, neuropatia diabética ou alcoólica. Doenças metabólicas e distúrbios hormonais, doenças sistêmicas como AIDS, insuficiência renal ou hepática, câncer, linfoma, leucemia, doenças do colágeno. Disfunção por doenças do pênis como fibrose pós trauma/fratura peniana ou priapismo (ereção prolongada patológica), doença de Peyronie, câncer de pênis. Cirurgias no abdômen e pelve, cirurgias vasculares. Apesar da longa lista de motivos para a disfunção erétil, a maioria dos pacientes mantém o foco apenas no desafio e obrigação de ter um desempenho sexual que impressione a(o) parceira(o). Uma avaliação clínica cuidadosa permite identificar fatores que devem ser tratados para ajudar a melhorar e/ou retardar a deterioração da função sexual.
Uso de medicamentos que atuam na vasodilatação, psicoterapia, mudanças comportamentais e até tratamento cirúrgico através de implante de próteses penianas fazem parte do tratamento da impotência.
Outra disfunção sexual muito frequente é a ejaculação precoce, que atinge uma grande parte da população e assim como a impotência, não é tratada de forma aberta pela maioria. Durante muito tempo tentou-se estipular um tempo mínimo para relação sexual, mas atualmente aceita-se como o paciente que ejacula antes ou logo após o início da penetração não sendo satisfatório o ato sexual ao casal como diagnóstico de ejaculação precoce. A idealização de uma relação sexual prolongada que ocorre na pornografia, pode levar alguns pacientes a ter a falsa ideia de ejacularem precocemente podendo gerar ansiedade no momento da relação sexual.
Os fatores psicossomáticos são a principal causa de ejaculação precoce. A ansiedade e expectativa levando a hiperexcitação no momento do ato sexual e o próprio medo de não conseguir manter a ereção levando a imprimir um ritmo acelerado no ato sexual atingindo rapidamente o clímax, são alguns fatores identificados na avaliação clínica.
Devido ao fator psicogênico ter grande importância na ejaculação precoce, muitas vezes é orientado a avaliação/acompanhamento em conjunto com psicoterapeuta/psiquiatra de preferência especializados em transtornos sexuais. Uso de medicações que podem provocar o retardo da ejaculação como alguns antidepressivos, analgésicos e remédios para enjoo; pomadas para diminuir a sensibilidade da glande e prepúcio, medidas comportamentais durante o ato sexual e alguns exercícios podem ser orientados no tratamento da ejaculação precoce.
