A International Continence Society – ICS define a incontinência urinária como “a queixa de qualquer perda involuntária de urina”, sendo na verdade considerado um sintoma e não uma doença propriamente. As perdas urinárias resultam de alterações fisiopatológicas da bexiga e/ou do esfíncter urinário, sendo um dos principais fatores que apresentam grande impacto na qualidade de vida nos casos de disfunções miccionais. A dificuldade na manutenção da higiene, constrangimento social, limitação de atividades cotidianas, entre outros, podem gerar grandes prejuízos na vida do paciente que apresenta incontinência urinária.
As perdas urinárias são queixas comuns na prática urológica, podendo aparecer em qualquer sexo ou faixa etária, mas observa-se um aumento do número de casos com o envelhecimento da população. Nos jovens costumam estar relacionadas a causas/doenças específicas enquanto nas faixas etárias mais avançadas costumam ser multifatoriais. Doenças neurológicas, processos infecciosos, doenças autoimunes, distúrbios metabólicos, alterações anatômicas, alterações pós-operatórias, são apenas algumas causas de incontinência urinária.
Devido à complexidade e a possibilidade de múltiplos fatores estarem envolvidos, a avaliação dos distúrbios miccionais começa com uma minuciosa consulta médica (anamnese e exame físico). Exames complementares como exames laboratoriais, radiológicos, diário miccional, estudo urodinâmico, entre outros poderão ser indicados na pesquisa diagnóstica.
O tratamento das perdas urinárias pode variar desde adotar medidas comportamentais, uso de medicamentos, fisioterapia específica para o assoalho pélvico até tratamentos invasivos como aplicação de toxina botulínica na bexiga e tratamentos cirúrgicos, devendo cada caso ser avaliado individualmente e tendo sempre o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente.
